O Chato

16 janeiro 2007

Últimas impressões

Havia muita gente. Não para uma apresentação normal, mas para o meu estado de espírito naquela noite. Como sempre, tinha um grupinho dançando na pista, outro bando sentado nas mesas e não dando atenção às músicas, alguns com cara de sono, outros sentados, mas observando o movimento e criticando ou elogiando o barulho.

Apesar de ser uma festa fechada, não era possível evitar que clientes do restaurante entrassem, ainda que tivessem que ficar um pouco afastados de onde tocávamos. Mas isso não teve importância para um casal que sentou no cantinho de trás da churrascaria. Ele tinha uns 56, 57 anos. Ela já passara dos 50, mas não aparentava. Talvez procurassem um lugar calmo para um jantar de sexta à noite. Não havia uma faixa do lado de fora informando "música ao vivo", então deduz-se que não esperavam por aquilo. Percebi que eles foram envolvendo-se aos poucos com as canções. Depois de um tempinho, estavam completamente deslumbrados. Talvez relembrando seu tempo de namoro, e tirando o pó do passado, trazendo a juventude de volta aos rostos. Então o salão esvaziou-se e vi-me tocando apenas para eles. Não precisava do aniversariante, dos convidados, do grupinho na pista, elogios ou críticas. Apenas o sorriso permanente dela e a "dublagem" dele, bem juntinhos agora, eram minha motivação. Demorou, mas sem resistência levantaram e começaram a dançar, como se estivessem na sala de casa, lá no cantinho mesmo, longe da bagunça que formou-se perto do palco. Depois tomaram uma última taça de vinho e se foram.

No dia seguinte fizemos um show aberto na praia. Havia muita gente assistindo e vibrando. A rua e as calçadas estavam totalmente tomadas. O som tinha uma qualidade ótima, a iluminação era perfeita, o palco enorme. Mesmo assim, para mim a banda tocava solitária e no breu. Em meio a um monte de anônimos, faltava o casalzinho com o sorriso no rosto.

11 janeiro 2007

Auto-suficiência?

"Gasolina no Brasil custa 29% a mais do que nos EUA"

Já somos auto-suficientes. Não precisamos mais importar burrice.

05 janeiro 2007

6º Pensamento Anual do Dia

"Melhor não..."

Agudas

03 janeiro 2007

5º Pensamento Anual do Dia

"Agora, falta o homem trabalhar"

Elio Gaspari